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Nascido de uma paixão despertada pela "descoberta" da cultura cabo-verdiana, o projeto Kriol, idealizado por Jhê Delacroix (voz e ferrinho) e Paulim Sartori (arranjos, direção musical, violão, bandolim, piano e voz), propõe uma releitura particular da música produzida no arquipélago africano, referenciada tanto em nomes consagrados como o de Cesária Évora e Orlando Pantera quanto em artistas contemporâneos, tais quais Mayra Andrade, Princezito e Tcheka. A releitura é acrescida, inevitavelmente, do tempero brasileiro –, estreitando o laço cultural notável, mas ainda pouco explorado, entre Brasil e Cabo Verde.
Além da releitura musical minuciosa, Kriol também aborda temáticas da cultura negra dos dois países em composições autorais e em parcerias com autores cabo-verdianos. Os dois jovens músicos contam ainda com a cumplicidade de Samuel Passos (contrabaixo e voz) e Edson Fernando (bateria e percussão), que contribuem para uma apresentação pulsante e visceral dessa amálgama musical de matriz africana.
Jhê Delacroix é cantora, compositora, contadora de histórias, bailarina, artista plástica e atriz. Natural de Niterói (RJ) – onde integrava o Ballet Simone Falcão – e em Belo Horizonte desde 2013, dá voz e alma a diversos projetos na cidade, como os conjuntos musicais Bloco do Moreré e Os Argonautas, além de rodar o estado com espetáculos de contação de histórias e, ocasionalmente, expor suas pinturas, escritas e objetos. Já teve experiências com "Teatro do Oprimido", método de Augusto Boal, e atualmente ministra oficinas de arte para usuários dos serviços de saúde mental em BH. Idealizadora do Kriol ao lado de Paulim Sartori, apaixonou-se pela música cabo-verdiana em 2014 ao entrar em contato mais profundo com o trabalho da icônica Cesaria Evora e da contemporânea (e estupenda) Mayra Andrade. A partir daí, imergiu na pesquisa da música do arquipélago e de seu idioma, o crioulo, a fim de desbravar as riquezas da cultura do país. No Kriol, canta e toca ferrinho, instrumento percussivo tradicional de Cabo Verde.
Paulim Sartori é músico instrumentista, arranjador e compositor. Fez-se músico sob a tutela do violonista mineiro Tabajara Belo e cursou por dois anos o bacharelado em violão pela Escola de Música da UFMG. Já acompanhou diversos nomes importantes da cena de cantautores de Minas Gerais tais quais Makely Ka, Juliana Perdigão, Kristoff Silva, Pablo Castro e Gustavito, bem como da música instrumental, tal qual Orquestra Ouro Preto, Felipe José, Rafael Martini, Alexandre Andrés, dentre outros, sempre variando entre múltiplos instrumentos como violão, guitarra, contrabaixo, bandolim e piano. Arranjador e diretor musical do Kriol, usa da pluralidade que observa ao seu redor para construir universos sonoros de riqueza análoga à que identifica na música de Cabo Verde. Samuel Passos – contrabaixo acústico e elétrico Samuel Passos é contrabaixista, compositor e professor de música, nascido em Unaí, cidade do interior de Minas Gerais. Bacharelando em Música Popular pela UFMG, já estudou com nomes como François Rabbath e Dave Holland, gravou com Darcy James, Big Band Palácio das Artes e integra/integrou grupos como Vagabundo Não É Fácil, Assanhado Quarteto, Vinícius Mendes Quarteto e Trio Curumim. Tendo vivido por um ano na Espanha, iniciou trabalhos com a música flamenca que perpassam sua identidade como instrumentista. No Kriol, toca contrabaixo acústico e elétrico, garantindo o pulso, a vibração e a expressividade dos arranjos.
Edson Fernando é graduado em Música pela UFMG, com habilitação em percussão, tendo estudado com os professores Fernando Rocha, Sergio Aluotto e André "Limão" Queiroz. Músico desde os anos 1990, já se apresentou com inúmeros artistas nacionais, abarcando diversos gêneros da música: tradicional, popular e instrumental. De 2005 para cá, acompanhou vários expoentes da música popular contemporânea de Minas Gerais, tais como Rafael Martini, Felipe José, qUEbRApEdRA, Renato Motha e Patricia Lobato, Gustavito, Déa Trancoso, dentre outros. Ademais, é membro do Coletivo Distante, grupo que desenvolve um intenso trabalho de improvisação em Belo Horizonte. Em 2012, durante a viagem para uma residência artística no Butão, visitou a Índia e se conectou com a música indiana. Voltou ao país em 2014 e, desde então, estuda com dois renomados mestres indianos: Gatham Suresh Vaidyanathan e Pt Manik Munde. Transbordando toda a pluralidade da bagagem musical e cultural que carrega, Edson assume, no Kriol, bateria, percussão e glockenspiel, expandindo os universos dos arranjos do conjunto.
Com Jhê Delacroix (voz e ferrinho), Paulim Sartori (arranjos, direção musical, violão, bandolim, piano e voz), Samuel Passos (contrabaixo e voz) e Edson Fernando (bateria e percussão).