Release
Navegando no “Balanço Diferente” de Mario Broder
“Navegar é Preciso mais viver no mar tem que ter sagacidade pra encarar, todas as ondas, e toda a correnteza do mar...”
(“Navegar”, Mario Broder)
Após 11 anos como vocalista nos grupos Funk ‘N Lata (entre 2000 e 2003) e Farofa Carioca (de 2004 até 2013), Mario Broder encara, com sagacidade e talento, o desafio de lançar seu primeiro disco solo como cantor e compositor. E “Balanço diferente” mostra que valeu a espera. Carioca da Zona Oeste, que se iniciou na música ainda criança, liquidifica suas influências e experiências num disco que tem o samba como base mas dialoga com inventividade com o mundo pop.
Com exceção de uma composição do sambista baiano Batatinha, “Conselheiro”, o repertório é todo de Broder, que alterna parcerias com Sandro Marcio, Valmir Ribeiro (estes dois, seus companheiros no Farofa ), Elza Soares, Bernardo Vilhena e Antônio de Pádua.
Elza Soares, além de parceira, canta e é homenageada em “Operária brasileira”, samba que nasceu depois do show de mesmo nome dessa lenda viva da música brasileira (e universal).
Também na praia de um samba contemporâneo estão faixas como “Navegar”, “Balanço diferente” e “Lateral” (esta, uma deliciosa crônica futebolística que nada deve aos clássicos no gênero de Jorge Ben Jor).
Já numa corrente mais pop, Broder volta a acertar a mão em canções como “Olhares urbanos” (passeio de levada folk pelo Rio de Janeiro), “Hey DJ” (crônica dos bailes suburbanos), “Brilhantina” e “Essa mulher”.
Duas vinhetas, “Protegido por São Cosme e Damião” e “pra quem tá pensando”, completam o disco, que, produzido por Mario Broder e Eduardo Chermont (também na guitarra e no piano), contou com a participação de músicos como Ricardo Silveira (guitarra), Pedro Moraes (baixo), Jurim Moreira e Kinder (bateria), Marcos Esguleba e André Siqueira Campos (percussão), Marcos Ariel (piano), Carlos Trilha (piano e teclados) e Bertrand Doussain (flauta).
O timbre vocal do Mario é maravilhoso, Entre suas influências ele cita Tim Maia, Jorge Benjor, Luiz Melodia e Michael Jackson. A música brasileira sempre esteve presente na sua casa, e no Bairro Jabour, onde cresceu. “Eu via Hermeto Pascoal por ali, já que a feira era na rua onde ele morava, e logo me explicaram que aquele cabeludo e barbudo albino ‘era um grande músico do mundo’. Também moravam por lá Carlos Malta e Luiz Carlos Batera, da Banda Black Rio”, relembra Broder, que, aos 6 anos, ganhou seu primeiro instrumento, uma flauta.
Ele começou a cantar na igreja do bairro e com a convivência liturgica chegou a pensar em virar padre: “Até perceber que a minha vocação era ser músico, não religioso”. No fim da adolescência, montou sua primeira banda, para tocar na noite, incorporando doses de funk e soul ao seu repertório. O grupo começou a ir além das fronteiras da Zona Oeste e chegou aos ouvidos de Ivo Meirelles, que, no ano 2000, chamou Mario Broder para assumir o posto de vocalista do Funk ‘N Lata. Assim, da noite para o dia, o jovem da Zona Oeste carioca começou a rodar o mundo em turnês internacionais. Rotina que se manteve no Farofa Carioca.
Também estreou como ator, vivendo o grande Wilson Baptista no filme “Noel Rosa – O poeta da Vila”, dirigido por Ricardo Van Steen. “Nunca tinha atuado. Ligaram um dia e me disseram que teria um teste. Fui aprovado e pude mergulhar fundo na história de Noel, Wilson e do samba da época”, relembra Broder, que saiu enriquecido dessa viagem no tempo.
Mais recentemente interpretou o cantor Laila no Filme Trinta de Paulo Machline sobre a vida do Carnavalesco Joãozinho Trinta.
“Balanço diferente” é também fruto desse trajeto e abre novas rotas para o navegador sagaz.
Produção: Suzana Rosa (Espaço Cultural Olho da Rua) e Cintia Luquesi
ENTRADA SOMENTE DINHEIRO
-Inteira: R$ 20
-Meia: R$ 10
-Lista R$ 10 (mural no Evento)
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