Release
Domingo (10) teremos a abertura da exposição Transformar, deformar, dissipar junto com a Vernissage, com direito a comidinhas e muita confraternização .
A exposição e um recorte da pesquisa Limites da Existência Corporal na Imagem, desenvolvida ao longo de três anos por Thaieny Dias.
Thaieny revela nessa serie um processo de criação particular: a artista se fotografa enquanto faz movimentos com a cabeça, em uma ação involuntariamente performática e de manifestação de eus, de outros. As fotografias resultantes da ação são utilizadas como matrizes para a criação das pinturas, — assim como em uma matriz de gravura, as fotografias/matrizes podem gerar mais de uma impressão/pintura. O uso da fotografia também comunica o conflito entre o real e o irreal. A imagem captada pela câmera e real? Se o olho humano não consegue captar tal imagem, isso a torna irreal? A partir de imagens que estão entre o abstrato e o figurativo, Thaieny apresenta uma realidade não filtrada pelo cérebro humano, um outro estado de captação e de percepção.
As pinturas são também autorretratos — autorretratos de uma mulher. A fotografia que deu origem a serie foi feita quando o rosto de Thaieny estava ferido. Sua primeira desfiguração foi, portanto, corporal. Transformar o olhar tradicionalmente masculino, o sofrimento e a violência em autorreferencia — tornar-se sujeito depois de ser tornada mulher (o Outro, o objeto, o abjeto) — e um movimento constante de artistas mulheres ao longo da historia da arte. Ao usar a imagem do próprio rosto ferido como matriz para a pintura, a artista coloca em pratica essa transformação — de objeto em sujeito.
(Texto por Joyce Coimbra)
Estréia da exposição: 10/9/2017 às 16h
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